Palavra de especialista
Camila Cury explica como educar filhos seguros, autônomos e corajosos Publicado: 07 Outubro 2021 | Última Atualização: 07 Outubro 2021

De acordo com a psicóloga e fundadora da Escola da Inteligência, os pais precisam impor limites e dividir suas experiências pessoais com as crianças e adolescentes

Não devemos ser emocionalmente frágeis, implorar por amor e sorrisos permanentes dos filhos, e nem dizer que eles são fracos ou mesmo destacar frases superprotetoras. Essa é a primordial dica da fundadora da Escola da Inteligência, a psicóloga Camila Cury. “A afetividade e o amor não são construídos somente nos ‘sim’, mas nos limites e na formação de um ser humano empático, respeitoso e inteligente”.

O principal papel dos pais na relação com seus filhos é educar, e isso segue por impor limites. Crianças e adolescentes, geralmente, não gostam de barreiras. Entretanto, elas são necessárias. É essencial, também, que a família mostre segurança sobre a maneira que educa os seus filhos e que os incentive a serem autônomos e corajosos para enfrentar os obstáculos do cotidiano. “Quando os pais sabem onde querem chegar, podem vir as interferências, as opiniões dos outros, as reclamações dos filhos, a birra, o choro, mas é necessário entender que há uma intencionalidade no processo de educação”, afirma Camila.

“Quando esse objetivo não está claro, você perde o fio da meada. Se seu filho chora, você é reativo, grita e perde a paciência. Então, a sugestão é diferenciar o momento de brincar, dar risada, contar histórias, da situação em que é preciso exercer o papel de ser educador. Pois, amanhã, os filhos vão se relacionar com outras pessoas, com o mercado de trabalho, vão votar, construir a própria história. Aí vale a reflexão: que tipo de ser humano estou formando?”, questiona a psicóloga e fundadora da Escola da Inteligência.

Outra dica da psicóloga é educar os filhos para que se sintam seguros a dizer “não” diante de situações como, por exemplo, quando forem pressionados a usar drogas, levarem um fora de paquera, entre outras. “E isso pode ser transmitido aos filhos em ações simples, como ‘Filho, eu também tive medo. Deixa eu te contar como foi?’. Ao dividir a sua história com eles, mas sem desmerecer o que sentem, a família acolhe o sentimento, mostrando outra perspectiva. Agindo assim, os pais formam filhos seguros para serem autores da própria história, tanto na vida pessoal quanto profissional”, explica Camila.

Sobre a Escola da Inteligência
Presente em mais de mil instituições de ensino do Brasil que atendem cerca de 300 mil estudantes, a Escola da Inteligência (EI) é o maior programa de educação socioemocional do Brasil. Fundada em 2010, a EI busca desenvolver as habilidades emocionais e de consciência social de jovens estudantes, com o auxílio de materiais audiovisuais, impressos e digitais, bem como a formação de professores e apoio para as famílias. O programa contempla as dez competências fundamentais para a formação integral do aluno, exigidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), do Ministério da Educação e mais de 50 outras habilidades e competências socioemocionais essenciais para a formação do ser humano.
A metodologia promove, por meio da educação das emoções e da inteligência, a melhoria dos índices de aprendizagem, redução da indisciplina, aprimoramento das relações interpessoais e o aumento da participação da família na formação integral dos alunos. O programa é fundamentado na Teoria da Inteligência Multifocal, idealizada pelo escritor e psiquiatra Augusto Cury, que analisa o funcionamento da mente e a formação de pensadores. Entre as mais de 50 habilidades e competências que o programa desenvolve estão o gerenciamento das emoções, o autoconhecimento, a resiliência, pensar antes de agir e reagir, além do trabalho que influencia no combate e prevenção ao bullying e drogas.