Palavra de especialista
Temperaturas mais baixas aumentam a incidência das “doenças do inverno” Publicado: 22 Junho 2022 | Última Atualização: 29 Junho 2022

Tempo mais frio, associado ao ar seco e à alta concentração de poluentes, tende a elevar os casos de doenças respiratórias.

Problemas cardiorrespiratórios, como infartos, também costumam crescer nesse período. 

Com a chegada das temperaturas mais baixas, os casos de resfriados, gripes, rinites, sinusite, asma, meningite e pneumonia costumam crescer exponencialmente entre a população. São as chamadas “doenças do inverno”. O tempo frio, o ar mais seco e a maior tendência em ficar em ambientes fechados são alguns dos motivos que explicam o aumento nos números de casos no período. 

“Algumas doenças virais atingem o sistema respiratório e são mais recorrentes nesta época”, explica Dr. Alberto Cukier, pneumologista do Hospital Santa Catarina -- Paulista. De acordo com o médico, pessoas com doenças respiratórias, como a doença pulmonar obstrutiva, têm uma maior facilidade de ser infectadas do que a população em geral. “Outro grupo de pessoas que têm muito mais sensibilidade no inverno são as pessoas que sofrem com asma. Em crianças com um problema prévio, a situação é semelhante. Essas doenças podem comprometer os pulmões e os brônquios”, completa o pneumologista. 

No caso das pessoas gripadas, a principal recomendação é que elas se isolem o máximo possível para evitar a transmissão. O uso da máscara também é fundamental para evitar a contaminação de outras pessoas. Manter uma alimentação balanceada e saudável, e beber muita água podem ajudar em uma recuperação mais rápida. Em casos de piora no quadro clínico, é preciso procurar atendimento profissional. 

O ar seco presente no outono e inverno também é responsável por aumentar a concentração de poluentes, que prejudicam a respiração e elevam a possibilidade do surgimento de doenças respiratórias. 

“O tempo seco e a baixa umidade relativa do ar são fatores que contribuem para o aumento das doenças respiratórias devido à alta concentração de poluentes na atmosfera. As chuvas na primavera e no verão ajudam a dispersar esses poluentes. Com isso há uma redução dos mecanismos de defesa do organismo, o que leva o aparecimento de doenças respiratórias, como a asma, bronquite, rinite, sinusite e infecções das vias respiratórias de modo geral”, afirma o Dr. Daniel Destailleur, otorrinolaringologista do Hospital Santa Catarina -- Paulista. 

Problemas cardiovasculares e meningite também crescem no inverno

No entanto, não são somente as doenças respiratórias que costumam crescer no inverno. Outras enfermidades, como infartos e AVCs costumam ter um aumento da incidência nessa estação. Neste período há um crescimento de 30% na possibilidade de ataques cardíacos, segundo a American Heart Association (AHA), já que para esquentar o corpo, nosso organismo contrai os nossos vasos sanguíneos, possibilitando um aumento na pressão arterial, que sobrecarrega o coração.

“Nesta época de frio e ar mais seco, há maior incidência de doenças cardiovasculares, como infartos, derrames e embolias. Muitas vezes são decorrentes de processos inflamatórios e infecciosos que iniciaram no aparelho respiratório. As infecções transmitidas por via inalatória e/ou por contato aumentam nesta época do ano devido à preferência das pessoas por ambientes mais fechados e com menor circulação e renovação do ar ambiente. A meningite, por exemplo, é mais comum em crianças e é transmitida por contato de gotículas de saliva do indivíduo contaminado, através da tosse, espirros, fala ou até mesmo num aperto de mão”, conclui o otorrinolaringologista.

Confira as principais “doenças do inverno”

Rinite -- A rinite alérgica é uma inflamação da mucosa que reveste o nariz, causada por reação alérgica e provoca sintomas como espirros, coriza e coceira no nariz.
Resfriados e gripes -- As gripes são infecções que afetam o nariz e garganta, causadas pelo vírus do tipo Influenza, e tem como sintomas febre, dor de garganta e secreção nasal. Os resfriados são o mesmo tipo de infecção, porém com menor gravidade e causados por vírus como adenovírus, rinovírus e vírus sincicial respiratório. A doença tem sintomas como coriza, espirros, dor de garganta e conjuntivite
Sinusite -- A sinusite é uma inflamação da mucosa dos seios da face, que causa sintomas como dor na região da face, secreção nasal e dor de cabeça.
Pneumonia -- A pneumonia é uma inflamação e infecção das vias respiratórias, que atingem os pulmões. A doença tem como sintomas tosse com catarro amarelo ou esverdeado, febre e calafrios, e, se a infecção for grave, pode causar também falta de ar, dificuldade para respirar e respiração ofegante.