Palavra de especialista
Você sabe o que é refluxo oculto nos bebês? Publicado: 28 Agosto 2022 | Última Atualização: 25 Novembro 2022

Muito comum nos primeiros anos dos bebês e na maioria dos casos não provoca sintomas graves

, mas é necessário ter atenção aos indícios para tratá-los de maneira correta. É uma condição que deixa os bebês muito incomodados e com um diagnóstico difícil. 

A médica pediatra Luciana Gualberto Rocha, da Iron Saúde Digital, explica que o refluxo oculto ocorre muito nos bebês devido a imaturidade dos mecanismos anti-refluxo, alimentação predominantemente líquida, decúbito predominantemente horizontal e alimentação frequente. 

Os principais sintomas são: dependendo da idade do início dos sintomas, o refluxo pode ter vários significados e cursos clínicos distintos. Em lactentes com até os 2 anos, a suspeita de inflamação no esôfago (esofagite) ocorre quando há choro excessivo, irritabilidade, distúrbios do sono, agitação e recusa da dieta (a criança passa a ter medo de se alimentar e sentir dor). A criança maior pode queixar-se de queimação sobre o estômago, dor no peito, dor abdominal, dor durante a alimentação e excesso de salivação. 

Outras manifestações clínicas do refluxo são: ruminação (ficar com movimentos mastigatórios contínuos); disfagia (dificuldade de alimentar-se); arrotos; soluços; anemia e sangramentos; chiados no peito de repetição; pneumonias de repetição; laringites; sinusites; infecções do ouvido de repetição; entre outras. O refluxo tem sido associado, ainda, a vários outros acontecimentos na vida da criança, como morte súbita do lactente, soluços, rouquidão e erosão dentária. 

A dra Luciana revela que o tratamento é dividido em medidas posturais, dietéticas e tratamento com medicamentos. As medidas posturais são elevar a cabeceira da cama em um ângulo de 30 a 45º, colocar o bebe deitado do lado esquerdo. 

Já para as medidas dietéticas são: manter o aleitamento materno exclusivo, caso o bebê receba leite em pó, fracione as mamadeiras ou engrosse o leite ou procure uma formulação mais adequada. As mamadeiras devem ser tomadas com o bebê em posição semi-elevada e, depois, esperar pelo menos quarenta minutos para deitá-lo.

O tratamento medicamentoso: deve sempre ser realizado pelo médico, e consiste em medicamentos que inibem a secreção ácida proveniente do estômago, causadora de muitas complicações, além de remédios que possam tonificar a válvula que se localiza entre o esôfago e o estômago.

“Existem bebês que regurgitam de 10 a 15 vezes ao dia, felizes, sem desconforto e não choram excessivamente. Existem também, bebês que quase não regurgitam e que possuem muitos outros sintomas tão estressantes quanto. Neste último grupo, devemos ter muito cuidado na avaliação, já que muitas vezes os sintomas não são relacionados ao refluxo” declara a pediatra.

A melhora começa a aparecer quando o bebê completa 12 meses ou até no máximo 18 meses, o refluxo gastroesofágico na infância geralmente tem um pico entre o quarto e quinto mês de vida, apresentando melhora no segundo semestre e desaparecendo totalmente até os dois anos.