Palavra de especialista
Você já ouviu falar em Meltdown e Shutdown no Autismo? Publicado: 03 Fevereiro 2023 | Última Atualização: 23 Março 2023

Diferentemente de uma crise de birra, é comum que crianças e adultos com autismo passem por crises causadas por uma situação estressante,

desencadeada bruscamente ou pelo acúmulo de demandas e sobrecargas sensoriais ou sociais. E elas podem ocorrer de duas formas: o meltdown ou o shutdown. 

"O meltdown acontece de dentro para fora, isto é, acontece como uma grande explosão incontrolável pela própria pessoa", explica a neuropsicóloga Bárbara Calmeto, diretora do Autonomia Instituto. Ela conta ainda que sinais como: choros, gritos, agitação excessiva, descontrole emocional e autoagressão são muito comuns. 

Existe ainda o shutdown, que é uma crise interna. "É como se a pessoa se desligasse temporariamente, ficando sem responder estímulos ou qualquer forma de comunicação", esclarece a neuropsicóloga. Entre os sinais: apatia, isolamento, olhar vazio e falta de comunicação com o mundo exterior. 

Mas o que fazer nesses casos?

É importante que os pais fiquem calmos e façam de tudo para deixar a pessoa com autismo segura e em um ambiente acolhedor e tranquilo, longe de estímulos sensoriais e sobrecargas emocionais até que a crise termine. 

A seguir, Bárbara pontua dicas que podem ajudar a minimizar crises como essas: 

- Dê previsibilidade à pessoa com TEA, explicando as situações que devem ser encontradas em festas, passeios, escola, casas de amigos, entre outros;

- Treine uma dessensibilização gradual antes da data, mostrando vídeos, texturas, sons;

- Use dicas visuais explicando o que pode acontecer nos locais que vocês forem;

- Use fones de ouvido grandes de concha (aqueles que cobrem toda a orelha) para abafar o som externo. Pode-se também deixar a pessoa com TEA ouvindo música ou assistindo a um vídeo preferido;

- Retire a pessoa com TEA das aglomerações para diminuir o risco de outras variáveis que possam incomodar; 

“É importante ressaltar que não há fórmulas prontas, já que cada autista é único. Converse com especialistas que acompanham seu filho e busque orientações para saber o que fazer em situações como essas”, conclui Bárbara Calmeto.